A liturgia da Palavra de hoje nos introduz no mistério que celebraremos semana que vem, o mistério da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo.
A Igreja chama a semana-santa de "Semana maior", pois é a mais importante da nossa fé, já que pela morte e ressurreição de Jesus nos deu a Salvação eterna.
Na primeira leitura de hoje, vemos o povo de Israel a caminho da terra prometida. Vale lembrar aqui que o povo já havia sido liberto do faraó, e já estava a caminho da terra que o Senhor lhes tinha prometido. Não estavam sós, tinham Moisés que os guia, e o Senhor generosamente os alimentava com o maná em sua peregrinação. Então, o povo já cansado começa a murmurar "contra Deus e contra Moisés" (Nm 21,5). Ó ingratidão humana! chegaram ao extremo de chamar o maná do céu de "alimento miserável" (Nm 21,5b).
Então o Senhor mandou serpentes para morde-los e infecta-los com seu veneno. Arrependido, o povo pede a Moisés que intercedesse por eles a fim de conseguirem o perdão de Deus, e Nosso Senhor diz a Moisés as seguintes palavras: "Faze uma serpente abrasadora (deixando bem claro aqui o cunho de imagens sacras) e coloca como um sinal sobre uma haste, todo aquele que for picado e olhar essa imagem, será curado" (Nm 21,8). E aqui chegamos ao ponto que eu queria chegar.
No Evangelho, as palavras que mais me iluminaram foram essas: "Quando tiveres elevado o Filho do homem, então sabereis que Eu Sou!" (Jo 8,28a). No livro do Êxodo, quando Moisés se encontra com Deus na sarça ardente, ele pergunta: "se o faraó perguntar quem me enviou, o que direi?" (Ex 3,13), o Senhor lhe responde: "Assim responderá a quem lhe perguntar: 'Eu Sou' me envia a vós" (Ex 3,14). Quando Jesus nos Evangelhos (especialmente no de São João) diz "Eu Sou", ele esta se referindo e se apresentando como Deus, o mesmo Deus que libertou o povo do Egito.
No contexto da época, se alguém dizia ser o Messias, já era perseguido, ainda mais se referir ao próprio Deus, e ainda mais, usar seu Santo nome que é impronunciável! Isso com certeza deveria ser punido como o maior de todos os crimes. Aqui está o ponto de meditação, ou Jesus é realmente Deus, ou é um lunático.
O povo de Israel não conseguia reconhecer Jesus como Deus não por falta de milagres ou provas, mas por causa dos seus pecado e essa é a primeira consideração. O pecado, a medida que nos acostumamos com ele, ele é capaz de endurecer tanto nosso coração que é perigoso morrermos no pecado e acarretarmos a condenação eterna, como nos diz o próprio Senhor: "Morrereis nos vossos pecados. Onde vou, não podeis ir" (Jo 8,21). São palavras bastante duras! mas ao mesmo tempo tão verdadeiras. Tem um teólogo que agora me fugiu o nome, que combatia com fervor a heresia de que o inferno está vazio, e ele dizia assim: "se o inferno está vazio, pode ser que eu e você o inauguremos". É preciso que tenhamos sempre em nossa mente os castigos do inferno, isso é catequético. Nossa Senhora em Fátima, quando apareceu a primeira vez, levou os pastorinhos para o inferno, não fez isso porque é má e queria por medo em seus corações, mas para que vissem os pecadores e sentissem pena deles. Por mais que as vezes dê medo pensar nessas coisas, é um medo bom, que cria uma barreira maior entre nós e a desgraça do pecado.
O pecado só pode ser perdoado por Deus, e essa é a prova que Jesus deu a humanidade para que acreditássemos que Ele é Deus, a sua morte redentora.
Observai as suas palavras na Cruz: "Pai, perdoa-os, eles não sabem o que fazem. Hoje mesmo estará comigo no paraíso." São palavras de salvação, Jesus prometida, pregado no lenho Santo da Cruz, a salvação eterna a todos. Convenhamos, ou ele eram muito louco ou realmente era Deus.
Foi necessário que um pagão testemunhasse a seu respeito depois de golpeá-lo no Coração: "Esse é realmente Filho de Deus!"(Mc 15,39).
Por isso a pregação da Cruz é tão eficaz, porque nela Deus se mostra como Deus, se mostra por dentro, deixa ver seu interior através das suas chagas e nos diz: "Eu Sou Deus!"
Deixemos por tanto se atingir da Misericórdia do Senhor, e se não acreditamos que Ele é Deus, rezemos com aquele cego do Evangelho: "Senhor, que eu veja!"
Equipe Apostolado Dom Bosco
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